QUE MAL TEM?
Dez ótimas idéias para fazer o bem
Quer consumir e de quebra ajudar alguém? Quer salvar o mundo sem ter que ser voluntária no fim do mundo? Não vale dizer que não tem tempo ou não sabe por onde começar. Elle mostra como dar uma mão ao planeta e a seus habitantes de um jeito leve e gostoso. Quer ver?
Por Michaela Von Schmaedel
Revista Elle - 07/2007
1. PRESTE ATENÇÃO NOS SELOS
Você é do tipo que vai ao supermercado e faz suas compras em meia hora? Se a resposta for sim, não está prestando atenção na embalagem dos produtos que arremessa no carrinho. Alguns selos estampados nos produtos indicam que o fabricante é correto no que faz. Vale a pena gastar um pouco mais de tempo e checar, por exemplo, se as compras trazem o selo da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente. Isso significa que a empresa coloca em prática os dez compromissos da fundação, como não empregar crianças, dar tempo para suas funcionárias amamentarem, garantir que eles freqüentem escolas etc. Já o Selo Verde, do Conselho Nacional de Defesa Ambiental, é dado a produtos que não colocam em risco a saúde e não causam danos ambientais.
2. ENTRE EM BOAS CAMPANHAS
Você pode tirar cinco minutos do seu dia para participar de um abaixo-assinado ou de uma campanha para a preservação da Amazônia. Ou pode fazer parte de organizações como a Control Arms. Trata-se de uma lista diferente, na qual você manda a foto do seu rosto (ou faz um desenho de uma carinha com uma ferramenta do site) e envia para a campanha Million Faces, que pede o controle de armamentos no mundo. Outra boa idéia é a do australiano Juan Mann, que, em 2006, escreveu um cartaz com a frase Free Hugs (abraços grátis) e saiu pelas ruas de Sidney distribuindo abraços. A campanha se espalhou e as autoridades pensaram em proibi-la. Para continuar, Juan conseguiu 10 mil assinaturas e foi até o programa da Oprah.Visite o site do Free Hugs.
3. ADOTE UMA ONG
Achar uma organização não-governamental séria entre tantas opções é uma tarefa desafiadora. Por isso, o administrador e professor Stephen Kanitz inventou, em 1997, o prêmio Bem Eficiente, que elege as melhores ONGs do Brasil. No site Filantropia, criado por ele, você pode fazer doações online para uma entidade, saber quais são os lugares que precisam de itens que você não usa mais e achar instituições que estão a menos de 1 km de sua casa. Há muitas bacanas. O Grupo Primavera, com sede na periferia de Campinas (SP), por exemplo, tem como objetivo complementar a educação de mulheres de baixa renda. Elas produzem bonecos e outros trabalhos manuais que são vendidos na Green by Missako ou no Projeto Terra.
4. PATROCINE UM ESTUDANTE
Você pode mudar a vida de um jovem financiando seus estudos. A Universidade Estadual Paulista tem um programa chamado Adote um Aluno. Todo mês, uma empresa deposita o valor de uma mensalidade na conta da faculdade e isso vira uma bolsa de estudos para um aluno que não tem como pagar. No último período letivo do ano passado, a Unesp conseguiu 1 050 bolsas. Mesmo que você não seja dona de uma empresa nem consiga convencer seu chefe a entrar no projeto, pode agir por conta própria. A Pontifícia Universidade Católica aceita doações de empresas e pessoas físicas. Basta assinar um Termo de Doação e combinar como será o pagamento. Você também pode ir à escola ou à faculdade de seu sobrinho ou dos filhos de sua empregada e se comprometer a pagar o estudo deles.
5. GASTE SEM CULPA NA INTERNET
Quase toda mulher é louca por uma comprinha virtual. Então, pelo menos faça isso em sites que revertam renda para alguma instituição. No site do Fundo das Nações Unidas pela Infância, você pode comprar agendas, blocos de notas, velas, jogos americanos. Outro lugar para botar seu cartão de crédito para funcionar é o site da People for the Ethical Treatment of Animals, que vende sacolas, camisetas, sapatos e até jóias. Agora, quer torrar mesmo? Então vá para o portal Igive, com mais de 680 lojas que dedicam um percentual da compra para institutos de caridade. O melhor? Você decide para onde será enviada sua doação. Há ainda o Greatergood, que tem uma infinidade de produtos para ajudar as crianças, as florestas, os animais e acabar com a fome no planeta.
6. ADOTE UM ANIMALZINHO
Em vez de comprar um cachorro de raça, adote um bicho abandonado. No site Adote um gatinho, um grupo de amigas pega na rua, trata e arruma um lar para os gatos abandonados de São Paulo. Desde sua fundação, em 2003, elas já encaminharam 1,8 mil. Para conseguir um, você entra no site, vê a foto e a descrição do fofo e se candidata à adoção. Depois, conversa com uma responsável, que observa se você preeenche os requisitos (como ter telas de proteção em janelas de apartamento) e espera a entrega do gatinho em casa. Se o seu negócio é adotar cachorros, vá ao Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo (tel. 11 3350 6624) ou ao de sua cidade. Você leva a identidade, um comprovante de residência, paga uma taxa e escolhe um dos cães - já tratados, vacinados e castrados.
7. TRABALHE POR UMA BOA CAUSA
Dedicar uma ou duas horas do seu tempo toda semana a um projeto social é uma ótima idéia. Em geral, você vai achando que está fazendo o bem para os outros e volta com a sensação de que fez o bem a si mesma. Mas onde? Se você não tem nenhum amigo engajado, a primeira coisa a fazer é olhar o Portal do Voluntário, uma extensão do Filantropia, de Stephen Kanitz. Nele, você encontra várias formas de ajudar como voluntária. Pode pesquisar por bairro e achar uma instituição perto da sua casa, por área de atuação (cultura, assistência a jovens, controle de poluição) ou ainda se cadastrar como uma voluntária (colocando suas habilidades e áreas de interesse à disposição) e esperar o cruzamento de dados, que vai dizer qual instituição pode estar precisando de você.
8. AJUDE COMPRANDO GRIFES
Quer fazer bonito com uma peça de Marc Jacobs? Então, compre uma camiseta feita pelo estilista para arrecadar fundos para o NYU Medical Center's Interdisciplinary Melanoma Cooperative Group (IMCG), que trata o câncer de pele. Com o slogan Protect Your Largest Organ, Marc e algumas famosas, como Winona Ryder, Hilary Swank, Naomi Campbell e Christy Turlington, aparecem nuas em fotos preto-e-brancas estampadas em T-shirts, que custam US$ 20 nas lojas do designer. Outra idéia é comprar produtos da marca Red, criada pelo cantor e ativista Bono Vox, do U2. Os produtos vermelhos (camisetas, celulares, relógios, tênis, iPods) são lindos e arrecadam fundos para o tratamento e o controle da aids na África. No Brasil, as lojas Emporio Armani já vendem produtos da linha Red, que inclui roupas, acessórios e perfumes.
9. VÁ A LOJAS RESPONSÁVEIS
Se você vai gastar, faça em lojas que apóiam algum projeto social. O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social mantém uma lista de empresas que atuam no terceiro setor. Mesmo que a sua loja favorita não esteja lá, pergunte se ela tem algum trabalho no terceiro setor. Um exemplo é a designer de jóias Adriana Bittencourt. Ela acaba de lançar o Charity Charm Bracelet, uma pulseira que tem 20% da renda revertida para a Casa HOPE Apoio à Criança com Câncer. Na Track & Field, você compra camisetas da WWF-Brasil, uma ONG do Fundo Mundial para a Natureza. Já as roupas da campanha O Câncer de Mama no Alvo da Moda, do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer, são vendidas na Hering.
10. CLIQUE TODO SANTO DIA
Existe um jeito de ajudar ONGs todo dia que não custa mais do que dois segundos e faz a maior diferença. É entrar nos sites em que você clica no logo da campanha. Qual é o milagre? Cada clique faz com que as empresas anunciantes doem dinheiro por terem seu nome divulgado. Um dos mais famosos é o The Hunger Site, que, desde 1999, combate a fome. No Brasil, você pode ajudar entrando no site Câncer de Mama e clicando no ícone mamografia Digital Gratuita, que arrecada fundos para oferecer o exame a mulheres de baixa renda. NoClick Ajuda, cada visualização diária eqüivale à doação de R$ 0,50 para instituições sérias, como a Associação de Assistência à Criança Deficiente e a Fundação Dorina Nowill para Cegos.
Mesmo antes de vir ao mundo, Pedro sofreu com a falta de atenção de sua mãe. O abuso de álcool durante a gravidez foi a principal causa da paralisia cerebral que afetou suas funções motoras e empurrou o menino a andar na ponta dos pés ao longo de seus primeiros anos. Mas foi só depois da morte do pai e a consequente transferência dele e de seus quatro irmãos para Aldeias Infantis SOS de Poá, que Pedro receberia seu primeiro atendimento médico.
Durante 30 dias, o menino ficaria imobilizado e totalmente dependente da ajuda dos outros. Naquele mês, Emília não tinha tempo para descansar e se dedicou exclusivamente para cuidar de Pedro. Suas três irmãs mais velhas e até mesmo o irmão mais novo, fizeram o possível para ajudar. No entanto, a cooperação mais valiosa veio do jovem paciente que nunca chorou ou reclamou de dor ou desconforto. Emília acha que a persistência dele foi crucial para a sua plena recuperação: "Pedro nunca reclamou de nada. Ele é um jovem muito corajoso e persistente e sempre manteve a confiança em si mesmo. Exigiu muito de mim e dele, porque qualquer descuido, qualquer passo em falso poderia destruir tudo. Então, eu esperava muito dele e ele respondeu muito bem.”.
Maria das GRAÇAS e Silva foi mãe social por trinta anos no Programa do Rio de Janeiro. Como defini-la? Tia Graça, mulher DEDICADA e FIRME na arte de amar e cuidar. FIRME no propósito de fazer a diferença na vida de cada uma das crianças que a ela foram confiadas. DEDICADA porque cada minuto do seu tempo foi verdadeiramente doado para as crianças e suas famílias.
